1 de jul. de 2010

1º DE JULHO


A Tempestade ou O Livro dos Dias, é o sétimo (númro sugestivo, não?) disco da banda brasileira de rock Legião Urbana, lançado em 20 de Setembro de 1996. É o último disco lançado pelo líder da banda, Renato Russo, ainda em vida. Segundo entrevista de Renato, o álbum foi lançado com dois nomes porque, enquanto ele preferia "A Tempestade", Bonfá preferia "O Livro dos Dias". Apesar dos dois nomes, apenas A Tempestade aparece na capa. Este nome também é uma referência a última peça de William Shakespeare, denominada também A Tempestade.
Foi o primeiro álbum produzido pelo guitarrista Dado Villa-Lobos, embora o crédito também leve o nome da banda: "Produzido por Dado Villa-Lobos e Legião Urbana".

Gravado entre janeiro e junho de 1996, no estúdio carioca AR Estúdios, foi planejado para ser um disco duplo, pois foram também gravadas canções que fariam parte do póstumo Uma Outra Estação, porém, a proposta foi novamente recusada, assim como o projeto "Mitologia e Intuição" (que originou os álbuns Dois e Que País É Este 1978/1987). Durante as gravações, Renato Russo não quis gravar vozes definitivas para todas as músicas, fazendo-o apenas na canção "A Via Láctea", e, por isso, as outras canções contam com a voz-guia (primeira voz gravada para a música). Grande parte dos arranjos estava pronta desde o fim de 1995.
A maioria das letras do disco (escritas em 1996, durante os sintomas da doença de Russo) são consideradas melancólicas e tristes, como se pode ver em canções como Mil Pedaços, Quando Você Voltar e Longe do Meu Lado, além de canções mais introspectivas, como O Livro dos Dias (que também é um dos nomes do disco) e Soul Parsifal (parceria inédita de Renato Russo com a cantora Marisa Monte). Há também espaço para letras mais cotidianas e alegres, como Leila, 1º de Julho (composta para Cássia Eller, que a gravou primeiramente) e Dezesseis (que fala sobre um jovem de Brasília, amante do rock, que falece aos 16 anos ao disputar um "racha" - corrida ilegal entre carros). A faixa "Dezesseis", além de citar Janis Joplin, Led Zeppelin, Rolling Stones e os Beatles, também cita uma música destes últimos: Strawberry Fields Forever. A faixa "1º de Julho" fora feita por Russo para Cássia Eller, que a gravou no disco Cássia Eller, em 1994. Foi gravada durante as sessões de gravação de The Stonewall Celebration Concert, primeiro disco-solo do cantor, em 1994. A principal canção do disco é A Via Láctea, com letra bastante depressiva, apesar do otimismo de seu refrão "Quando tudo está perdido / Sempre existe um caminho / Quando tudo está perdido / Sempre existe uma luz".
As primeiras edições do disco vieram com uma capa especial em formatação de livro (no mesmo formato em que foi lançado Equilibrio Distante, segundo álbum solo de Renato Russo). Renato recusou-se a tirar fotos para o álbum, tendo sido usada uma foto tirada durante as sessões de fotos de "Equilibrio Distante". Mais tarde, ambos os discos foram relançados na caixa tradicional, de plástico. Em "A Tempestade", não constam agradecimentos e nem a tradicional frase "Urbana Legio Omnia Vincit" (Legião Urbana a tudo vence) e "Ouça no volume máximo". Em seu lugar, foi escolhida uma frase do escritor modernista brasileiro Oswald de Andrade: "O Brasil é uma república federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus".
Posto a versão acústicada Cássia, porque todos hão de convir que a escolha da música pela intérprete foi perfeita. Ninguém carntaria melhor... mil perdões Renato!

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