26 de jun. de 2011

MAIS SOBRE MIM

Hoje acordei bem cedinho porque havia marcado cabeleireiro para as 9 da manhã, lá no Brás. Fui toda feliz porque adoooro cortar as madeixas. Como dizia famosa letra do Nego Dito: "Mulher... Em caso de dor ponha gelo / Mude o corte de cabelo", mas eu não estava sofrendo não... estava até feliz! O que me faz sofrer é essa agonia de ficar 6 meses sem podar nem as pontinhas... Gente, cabelo cresce!!!
Como tenho mais eventos para ir neste ano e no próximo, vou ter que aguentar mais uns meses com essa juba brotando do juízo. Melhor assim... tenho visto tantas meninas por aí com pouquíssimo cabelo. Tem umas que conheço que vivem com rabo de cavalo para disfarçar as falhas... Perdão, ainda bem que tenho bastantão, não é!
Voltando à letra da música que me inspirou hoje; que vou postar, é claro!; em um mundo aonde tudo é cópia, ninguém é como Itamar... Como o mesmo escreveu "Se a obra é a soma das penas: pago, mas quero meu troco em poemas".
Francisco José Itamar de Assumpção no interior de São Paulo em 1949, e, como bom amante de seu Estado, morreu na capital paulista em 2003.  O "maldito da MPB" soube muito bem misturar samba com rock e funk, entre outros ritmos, em letras satíricas repletas de crítica social e foi um dos principais nomes das dita "Vanguarda Paulista" do século passado (afffff, eu nasci no século passado!!!!) entre as décadas de 70 e 80. Como mediocre pesquisadora que sou, procurei na Wikipédia mesmo sobre o tal movimento e dizia-se que "a Vanguarda Paulista reuniu artistas que decidiram romper o controle das gravadoras sobre a produção e lançamento de novos talentos nos anos finais da Época das Trevas Modernas(?????). Os representantes desse movimento eram artistas que produziam e lançavam seus trabalhos independentemente das grandes gravadoras. Criavam suas proprias micro-empresas e gerenciavam a si mesmos."
Ao lado de Arrigo Barnabé, Grupo Rumo, Premeditando o Breque, os Pracianos (Dari Luzio, Pedro Lua, Paulo Barroso); Cordeiro, Itamar Assupção marcou sua obra basicamente por não ter tido interferência da "ditadura" das gravadoras, o que fez com que sua obra fosse tida por 'difícil' pelos críticos de cultura raza da época. Itamar respondia às críticas de sua maneira, afinal, o duelo verbal lhe apetecia como forma honesta de defender a integridade do artista assim como dava-lhe prazer triturar argumentos dos que com cultura limitada tentavam dirigir o processo de criação do artista. Tecia críticas até sobre si mesmo, pois, seu único LP produzido por uma grande gravadora (Continental, em 1988) recebeu o título de "Intercontinental! Quem diria! Era só o que faltava..".
Para que nunca ouviu... um dos meus preferidos! Na composição Itamar Assumpção e Alice Ruiz e linda intrepretação de Ná Ozzetti. Do álbum  BICHO DE 7 CABEÇAS VOL. II - ITAMAR ASSUMPÇÃO E AS ORQUÍDEAS DO BRASIL lançado em 1994 pela gravadora Baratos Afins.

MARTHA MEDEIROS

Aproveitando meu ócio desse dia branco, comecei novas leituras e posto um trechinho para degustação:

"A todos trato muito bem sou cordial, educada, quase sensata, mas nada me dá mais prazer do que ser persona non grata expulsa do paraíso uma mulher sem juízo, que não se comove com nada cruel e refinada que não merece ir pro céu, uma vilã de novela mas bela, e até mesmo culta estranha, com tantos amigos e amada, bem vestida e respeitada aqui entre nós melhor que ser boazinha é não poder ser imitada."


"Poesia reunida", Volume 165 de Coleção L&PM Pocket, Martha Medeiros, 1999.